zero e um

Na minha mente eu rabisco um versinho aqui e outro acolá, esperando que em algum deles eu encontre razão pro que sinto.
Não tem sentido.
Dia sim, dia não, quase sempre eu me queixo da melancolia e da alegria, de ter feito demais e de ter feito de menos.
Uma espiral de indecisão.
Eu transbordo de memória, pra que tanta recordação? É tão ruim lembrar, é tão ruim esquecer.
Digo que não sei, que é indiferente saber, mas ainda assim peço perdão, eu quero o indulto alheio pros pecados que não cometi, quero bebericar das culpas que eu não ainda não vivi.
Queria ver deus mas não acredito em nada, em ninguém. Onde estão as razões divinas pra essa loucura profana? O rosto arde, a pele dói e meu peito clama: daqui, daqui não existe redenção, quero viver tranquilamente minha vida, sempre exasperado feito um cão.

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